quinta-feira, setembro 09, 2021

Almas Afins

Rafa & Dácio, em Londres.
Distante de valores de apego, carência e principalmente posse, acredito que o amor é estado de espírito, é realização. Pra mim, amor tem a ver com sintonia, com paixão pelos ideais. Tem a ver com chuva, com sol, com neve. Tem a ver com almas afins, ligadas por afinidades e não interesses. Amor não tem compromisso com o tempo porque sabe o valor da palavra eternidade. E geralmente, é quando entendemos que a linha tempo-espaço é um intervalo entre um abraço e outro. Amar é quando descobrimos que apego tem a ver com paixão, estado de euforia, e que o amor não é solução pra carência, é remédio pra alma e não só pro coração. Amor é amor, é centelha divina, é estado de graça, é ficar de graça com o acaso e de caso com a felicidade. Amor é querer bem, é fechar os olhos e ter certeza : eu amo. É compreender que amar às vezes é abdicar. Deixar a vida seguir o curso, com a certeza de que tudo nos será dado no tempo certo.

Amar é acreditar. Acreditar que somos Deuses, Criaturas e Seres Celestiais, habitando um corpo e engrandecendo um espírito. Amar é ter na vida propositos que fazem tudo ter uma razão essencial, pelo valor de sua essência e não por necessidade. Amar é ter certezas. Amar é caminhar pela vida como quem passeia em brandas nuvens, não pela suavidade, mas pela relação sublime que transcende qualquer outra relação.

E se amar é mesmo ter certezas, nesse abraço ele me entregou todas as certezas do mundo!!

Rafaela Zakarewicz & Dácio Lamounier
10/08/2006.

Oportunidade

Sincronicidade. Acaso. Sintonia. Destino. Providência. Sempre fui cercada por tudo isso, das mais diversas maneiras. De repente me via em situações que lançavam em minha cabeça uma eternidade em segundos. Bençãos que guardo com carinho, e agora me ocorreu em um dos momentos mais importantes, quando deixava pra trás uma fase tão difícil. Os últimos dois meses foram como uma eternidade na minha vida. E alguns amigos foram essenciais. Foram eles que me deram a certeza de que não somos marionetes deixadas ao acaso, e que muito mais do que providências, Deus nos dá oportunidades. Conheci sobre os mais cruéis e edificantes valores, e hoje sei que uma crise é uma fase, não pela sua transitoriedade mas pela essência, na crise realmente temos duas escolhas: desistir ou crescer. Quando fiz a escolha, aprendi que uma crise dura exatamente o tempo necessário para o aprendizado. As vezes dura anos, vidas, só depende da nossa opção. Optei por aprender, por crescer, e hoje agradeço a oportunidade, a crise e todos os problemas. Terminei essa fase recebendo uma benção, um sinal de que tudo valeu a pena, e o horizonte ainda tem muito a mostrar! "Deus tem caminhos onde o homem nem imagina possuir estradas.", foi assim que um dos meus maiores amigos definiu tudo isso. .: Texto Rafa,ela Zakarewicz, 13/08/2006

quarta-feira, setembro 08, 2021

Dia Branco

Revirando algumas coisas, encontrei uma letra de música rabiscada em um guardanapo. É curioso pensar quem um papel é capaz de guardar tantas lembranças. Em letras de fôrma, tão impecáveis quanto aqueles sentimentos, ele me falava de amor, como quem determinava um futuro - quando acreditávamos em um futuro pra nós dois... Ele, tão sistemático quanto romântico, me fazia pensar que a vida seria exatamente como aqueles planos. Eu até acreditava que aquela seria uma das nossas canções! Mas hoje ela só faz parte do acervo, das lembranças, dessas certezas que a gente guarda pra sempre, de sentimentos que ficam, num pedaço de papel... num cantinho, entre uma saudade e outra, uma certeza e uma lembrança, um passado (im) perfeito de um futuro pretérito. E o tempo, impetuoso e indiscutível, acabou sendo a única companhia certeira. Hoje acredito que seja qual for a intensidade de sentimentos, seja qual for a vontade e o desejo... certos planos, não duram mais que o tempo exato de uma lição. A música? "Se você vier, pro que der e vier comigo. Eu lhe prometo o sol, se hoje o sol sair, ou a chuva, se a chuva cair." .: Texto: Rafaela Zakarewicz .: Música: Dia Branco

Radiografia

Esse texto ganhei quando fui passar um mês em Londres... E se eu pudesse escolher presentes, escolheria sempre palavras... pra mim, são os mais preciosos presentes. Eternos, singelos e verdadeiros... 

Espero que gostem do texto, como eu adoro! Não somente pelo mimo, mas pela delicadeza de cada frase... 

Rafaela
Por Luiz Guilherme, em dezembro de 2005

Jamais saberia como continuar sem você.
 
Você se fez tão necessária no meu cotidiano e agora me foi roubada para refrescar suas idéias em outro lugar. Londres se enche de sorrisos por ver você chegar.
 
Acreditava que você é minha alma gêmea, mas te dou mais do que isso: temos sangues gêmeos, idéias gêmeas, frases gêmeas.

Conhece meu humor sem ouvir a minha entonação de voz e imita a minha hora emburrada para que eu ache graça e queira apertar você de tanto amor que sinto.

Amor.

Não aquele banalizado pela novela que você às vezes persegue, e sim um amor que vaza pelos poros, amor que não existe em qualquer dicionário. 

Não consigo resumir o que sinto por você apenas com a palavra "amor", é sempre "amor e mais do que isso". 

É a mistura do amor que sentimos pelos nossos sobrinhos, eu cá e você lá, e ainda assim é um amor gêmeo. 

Esses amores viajam seiscentos quilômetros em fração de segundos e se encontram ainda íntegros, contando o que cada um aprendeu no dia e compartilhando a vivência da forma que mais gostamos: integralmente. 

Já nomeou cada vírgula que escrevo, batizou meus textos de "respiração", e renova a minha inspiração me trazendo analogias que me dão tanto orgulho que as trato como presentes. 

Você me presenteia todos os dias com a sua presença, pois ainda que não esteja aqui fisicamente, perambula do meu lado o dia todo me dizendo coisas sem sentido e me fazendo te olhar com extremo contentamento por você estar do meu lado. 

 De "ilustres desconhecidos" passamos a ser "severamente necessários" e a cada segundo que penso em você, persigo ainda mais meu objetivo de fazer teus olhos brilharem com cada verso que escrevo, cada prosa, cada piscadela de olho ao ouvir você. 

Recomendo a todo mundo: achem uma Rafaela na vida para cuidar. Cuidem das Beatrizes, Fabíolas e Marianas como se fossem Rafaelas. A minha Rafaela, que me faz tanta falta e ao mesmo tempo me deixa sem assunto por não me deixar um só minuto.

Mediocridade?!

Nunca fui muito fã de coisas medíocres. 

Amores mediocres, trabalhos mediocres, amigos mediocres, sentimentos mediocres, e agora, definitivamente quero me livrar de toda essa mediocridade! 

Tenho o trabalho mais mediocre que uma mulher inteligente pode ter: cumprir expediente e disperdiçar talento! Tenho um amor mediocre: um cara perfeito que me embriga todos os sentidos mas que não está comigo pra que a gente possa ser em todas as noites!

Amigos mediocres? desses me livrei! Mas ainda alimento conversas mediocres com pessoas que se acham minhas amigas! Amigas da mediocridade que ainda habita em mim!! 

Cansei! Chega desse resto de cretinice! 

Quero me livrar de toda mediocridade! 

Quero meu trabalho de verdade, aquele que me faz ser mais inteligente a cada dia, e me motiva a ser melhor! Quero trabalhar com meus sócios, mesmo que me custe muitas horas de trabalho além daquele meio periodo de trabalho mediocre!! 

Quero mais do que esse amor perfeito, quero ele comigo! Quero esse cara fantástico que me faz pequena num colo imenso e que me faz gigante em desejos que só com ele quero saciar! Bobagem demais? Ansiedade demais? Pode ser!! Mas cansei! Não quero mais me contentar e fingir que não quero nada disso!! 

QUERO TUDO ISSO!! 

Quero o trabalho que vai me dar muita grana, não porque eu almejo viver escrava dela, mas porque será a recompensa pra minha inteligência e criatividade! 

Quero ir pras reuniões toda semana, com pessoas que sabem exatamente o quanto somos ainda melhores juntos! Que sabem o valor de ser sócios e parceiros, sem a mediocridade de querer apenas constituir uma empresa! 

Quero realizar nossos projetos com toda energia que nos envolve, com o brilho de cada idéia que temos juntos, com a garra que alimentamos em fazer acontecer, com o tesão que nos fez grandes sócios! 

Não quero mais a mediocridade de bater ponto, horários pra cumprir, tarefas simples pra executar, quero desafios, quero mais, quero muito mais! 

 Não quero ficar numa mesa me conformando em ser apenas uma boa profissional! Eu treinei pra ser a melhor! E serei! 

Cansei ter idéias pra me matar de desgosto, quero morrer tendo idéias! 

Quero aquele homem pra me dar tempo de ser pra sempre! Mesmo que demore, mas eu quero! 

Tenho uma família louca e insana, mas que me ensinou sobre sabedoria, paciência e disciplina! E não fui mediocre, nem abandonei o aprendizado!! Quero encontrar aquela minha amiga mineira e fantástica, abraçar bem forte e ter certeza que de mediocre, temos apenas um passado (superado!) 

Quero escrever sempre que me der vontade, sem a essa cobrança de escrever bem! 

Quero somente escrever!! Pronto! 

Sou louca? Sim! Mas mediocre jamais! 

 .: Post: Rafaela Zakarewicz
Fev/2007

Amai-vos


"Assim como as cordas da lira
são separadas e, no entanto,
vibram na mesma harmonia.
Dai vosso coração,
mas não o confieis à guarda um do outro.
Pois somente a mão da Vida
pode conter vosso coração.
E vivei juntos,
mas não vos aconchegueis demasiadamente.
Pois as colunas do templo
erguem-se separadamente.
E o carvalho e o cipreste
não crescem à sombra um do outro."

.: Texto : Kahlil Gibran, Amai-vos.
.: Fotografia: Rafaela Zakarewicz

.... Ler Gibran edifica a minha alma, sempre.
26/06/2012

sexta-feira, setembro 20, 2013

E por falar em saudade

"Desculpa, estou um pouco atrasado. Mas espero que ainda dê tempo, de dizer que andei errado e eu entendo... as suas queixas tão justificáveis e a falta que eu fiz essa semana... coisas que pareceriam óbvias, até pra uma criança...

Por onde andei, enquanto você me procurava? Será que eu sei, que você é mesmo tudo aquilo que me faltava? .... Amor, eu sinto a sua falta, e a falta é a morte da esperança, como um dia que roubaram seu carro deixou uma lembrança... que a vida é mesmo coisa muito frágil, uma bobagem, uma irrelevância... diante da eternidade do amor de quem se ama... Por onde andei, enquanto você me procurava?? E o que eu te dei, foi muito pouco, ou quase nada... "


Acho que alguns compositores, como o Nando Reis, têm o dom de transformar em canção até mesmo a mais óbvia das situações: Perder para então dar valor.

Hoje é aniversário de alguém que perdi tem um tempo. Perdi entre a dúvida do amor e a certeza da paixão. Entre o bem querer e o querer pra sempre. Perdi, ou me deixei perder. Nem sei. Não tem lamento, apenas constatações.

Tínhamos planos de uma vida diferente, com filhos bochechudos e divertidos como o pai. Um casamento que certamente seria regado a gargalhadas e cinema, a cerejas de madrugada...

Joguei pro alto tudo isso e tirei dele a chance de escrever aquele nosso roteiro. As vezes ainda me pergunto se fiz a coisa certa... e me pego pensando como era nossa vida juntos, fui feliz demais!

Quando soube que ele tinha se casado, percebi que me questionar sobre a gente, era no mínimo cretino da minha parte. Foi dificil entender todos os sentimentos que vieram a tona: saudade, perda, ciume, tristeza, perdão, lamento, afeto, amor... tanta coisa me passou pela cabeça, até que entendi que foi a escolha que eu mesma fiz.

E pra ser sincera, não sei se teríamos sido tão felizes juntos, como acho que hoje ele seja. Só sei que ele me ensinou muita coisa. E foi um cara bem especial pra mim. Alguém que me ensinou acima de tudo a sorrir, sempre.

" Por onde andei, enquanto você me procurava?? E o que eu te dei, foi muito pouco, ou quase nada...".

Feliz aniversário, Rael!!

.: Post: Rafaela Zakarewicz
20/09/2013

sexta-feira, julho 28, 2006

Mau-humoradas de Plantão

Resgatando palavras antigas.... vou deixar aqui um texto que escrevi a quatro anos atrás, e que resolvi colocar agora, em homenagem a uma grande amiga, Camilinha!

Não sou mais tão mau-humorada como era em 2002, mas é sempre divertido ler! :)

Sou assim

Ultimamente não tenho sido simpática com a vida. Confesso que não me importo nem um pouco com as caras amarradas que encontro na rua, com os colegas irritados ou não, com a falta de harmonia e consideração alheia, e não me afeta pensar nos amigos que não falo mais.

Admito também não estar ligando a mínima pra intolerância dos outros - a minha certamente tem sido bem maior, e isso não tem feito diferença alguma.

Não... Não estou amargurada nem revoltada, mas sinceramente, ser boazinha e caridosa não me ajudou nem um pouco nos últimos meses. Não evitei que me aprontassem armadilhas; não deixei de ser mal quista por não ter bom humor todos os dias; não consegui conter os maus pensamentos daqueles que nem me conhecem e teimam e me querer mal... Ah! Também não consegui fazer meus desafetos entenderem que, independentemente deles, eu sou alegre e triste, e por isso não estou nem um pouco interessada no sentimento que por mim eles possam ter.

Talvez um dia eu acorde com um bom humor danado, leia tudo isso e pense : "nossa, que mau-humor!" É, pode ser que isso aconteça de fato. Mas hoje, escrevendo tudo isso, só consigo perceber que estou como sempre estive: um tanto realista e cruel com as palavras.

Essa análise toda deve ser culpa da minha inquietude. Ultimamente tenho me visto mais na minha do que de costume, mais cheia de desafetos e conversas atropeladas, mais descrente talvez.... e o pior é que não tenho me importado com as conseqüências, muito pelo contrário, tenho curtido ficar na minha. Tenho achado ótimo não aguentar malucos me alugando por besteiras... Tenho vibrado por não ser mais pára-raios de frustrações de esposas malucas, desocupadas e inseguras... Me alegro por não ter mais a obrigação de dar bom dia pra pessoas que acham que isso é prova de consideração.

Nossa!! Como estou mais feliz por não ter que agüentar paranóia dos outros! Meu Deus, como é bom me ocupar apenas das minhas ! !

Eu de fato sempre fui meio rebelde mesmo, nunca pretendi que alguém gostasse de mim, não foi pra isso que vim ao mundo, e apenas queria que as pessoas entendessem isso.
Por que será que os seres humanos insistem tanto em ter por ter, ser por ser, querer por querer? Será tão difícil ser porque se deseja ser assim? Ter por querer de fato possuir? Querer por um propósito?!

Ser amigo só pra constar numa lista ? Ter amigos pra falar mal? Querer amigos pra satisfazer caprichos? Isso é amizade? Eu sinceramente não acredito.

Sabe, existem momentos em que a gente se chateia com todo mundo, são momentos em que falar sozinho é a melhor saída, porque até nós iremos nos maldizer. Nesses momentos penso que não exista coisa mais insuportável do que as pessoas não aceitarem que simplesmente não estamos em um bom dia. Que aquele é nosso dia de não gostar da nossa cara no espelho, de achar o sal salgado e o açúcar enjoado. Sei lá... aquele dia em que o limão não é mais azedo que a gente, que o velho ranzinza é a nossa personificação e o chefe mau-humorado é lenda.

E não venha me dizer que você nunca teve vontade de mandar um amigo pro inferno num dia desse, ou simplesmente dizer, não tão educadamente - "Me deixa em paz por favor!"

Bom, se não o fez, parabéns - ou meus pêsames, sabe-se lá a quantas anda seu nível de irritação acumulada....

Já eu, adoto meu velho e bom uniforme de "estúpida", fico na minha ou distribuo patadas (quando não me deixam na minha). Não que eu ache isso bonito ou legal, só que pra mim, para ocasiões como essa, não inventaram palavra mais medíocre que "desculpas". Afinal, sendo eu um ser pensante e dotado de inteligência mínima, sou capaz de perceber que qualquer coisa que se diga afetará alguém, e dizer desculpas não alivia nada além da minha própria consciência.

Acredito que todo e qualquer ataque de nervos é perdoável, desde que se esteja em um péssimo dia.

Ah, para aqueles que vivem, permanentemente, em um dia péssimo, pare para avaliar se o problema não é você... Porque não há cristão, nem bom samaritano, que suporte um mau dia todos os dias ....


Rafaela Zakarewicz
Junho/2002

terça-feira, julho 25, 2006

Renovação

Uma crise entre valores, ideais e realidade, devolve ao eixo minha roda da fortuna. Não sei ao certo como era antes, sei que agora é diferente.

Sigo o caminho com uma palavra de ordem: renovação.

Não deixarei de lado meus princípios, estes tolos ideais que regeram meus passos e que se mostraram menos tolos quando abalados. Apenas farei com que sejam alicerces menos utópicos, em uma nova etapa.

A linha que separa a covardia da coragem é tão fina quanto perigosa. Transitar nela foi desafiar limites da fé. Sondei um abismo e joguei nele valores refutáveis, ideais perdidos, sonhos inacabados. E encontrei minha vida, em meio a farpas e espinhos que eu permiti se propagar.

Sei que a estrada não deixará de ser perigosa, mas carrego a certeza de que os passos serão firmes e ousados. Pois minha alma se recordou da bravura de outros tempos, em que o Bushido era sua essência.

Lembrou do compromisso que fez em buscar seu caminho, da lealdade absurda aos princípios de um guerreiro, da força e determinação que empunha a espada, e a leveza com que a manejava.

Enxergo agora um cenário diferente na minha frente. Personagens, histórias e lugares que já faziam parte dos meus dias, o véu deslizou no meu rosto e me devolveu ao meu lugar.

Agora eis me aqui, de volta à minha verdadeira vida.

.: Texto e Fotografia: Rafaela Zakarewicz

terça-feira, junho 13, 2006

Férias!



De todas as viagens que já fiz, essa sem dúvida está sendo programada com um gosto especial.

Quando fui a Londres, escrevi um artigo, e considerei a primeira de várias viagens loucas e ousadas. Principalmente no quesito: viagens ao exterior.

Em Londres vivenciei a famosa frase de Sócrates "conhece-te a ti mesmo". E descobri que coragem tem mais a ver com cara de pau do que com força interior, e que amizade, tem mais a ver com espiritualidade do que se possa imaginar... Mas jurei que só faria outra viagem daquela com uma companhia maravilhosa!

Não que minha companhia não tivesse sido fantástica, mas queria ter visitado certos lugares com alguém para admirar algumas preciosidades comigo!

Bom, nem se passaram dois anos, veio a tal companhia perfeita pra uma outra viagem fantástica! Começaremos por Londres, e iremos percorrer a Europa Ocidental. Um passeio e tanto!

Viajar ao exterior não me atrai mais do que conhecer a Cultura do Brasil, mas, para entender de verdade a cultura brasileira, há de se entender a identididade que formou essa nação; por isso, conhecer a cultura de povos europeus que construiram a nossa - tão recente - História, me fascina especialmente.

Quando se tem vinte e sete anos, certos valores pessoais vão além de listar países e danceterias, e quando se ama Arte e História, números passam a ser definitivamente dispensáveis.

Nossas férias serão maravilhosas, para nos mostrar uma realidade nova.

.: Post e Fotografia: Rafaela Zakarewicz

segunda-feira, janeiro 10, 2005

Provações


Talvez seja esse o nosso maior desafio: compreender que nem tudo que vemos é exatamente do tamanho que enxergamos.

Ás vezes agimos como a Alice no País das Maravilhas:

"tomamos um rato por um hipopótamo"....
.... e pensamos ser o fim, o que é apenas um recomeço.

Felicidade é uma conquista, é a recompensa, é o mérito... É fazer valer cada atitude, cada gesto, cada palavra... É viver tudo que se acredita, no mais rico aprendizado. É lembrar que não nos é dado tudo que queremos, pois nem sempre sabemos o valor do “querer”. É querer muito.... desejar bastante, e conquistar sempre, no tempo certo.

Que todos os nossos sonhos encontrem nosso caminho! Que a gente aprenda a sonhar grande, e realizar pequeno... como quem ganha uma estrela a cada noite e tem pra sempre a constelação.

.: Texto e Fotografia: Rafaela Zakarewicz

quarta-feira, janeiro 05, 2005

Kairós

Escrevi em abril de 2003, para uma das pessoas mais lindas da minha vida, ou das minhas vidas. Alguém que vai sempre ser razão de cada uma dessas frases.

Passeia pelos meus pensamentos,
com a leveza de um anjo perdido na Terra

Repousa sobre as nossas lembranças,
com a propriedade que só o que vivemos nos confere

Vasculha minha alma refletida em seus olhos,
enquanto admiro o kairós que nos uniu de novo

Entrelaça meus sonhos aos teus,
e faremos uma nova realidade

Talvez não como a desejamos,
Mas não há pressa, temos a eternidade"

terça-feira, janeiro 04, 2005

Palavras

Escrever. Lapidar palavras. Garimpar sentimentos. Escrever e escrever. Como se a escrita modelasse sentimentos e emoções, como quem faz uma escultura, modelando um vaso de ceramica, enquanto as sensações se perdem no fazer, é assim que quero escrever.

Escrever, como quem não sabe porque, mas tem certeza absoluta de tudo que escreve.

Palavras ao vento, no tufão de sentimentos busco agarrar algumas letras para não perder meus sonhos. Mas hoje sinto que os perdi, e nem me dei conta. Perdi naquela esquina, naquela esquina entre o que eu acreditava e o que existia. E agora me pergunto, se alguma palavra poderia ter sido dita pra que os meus sonhos não fossem perdidos.

Não. Acho que não. Disse tudo que sentia. Apresentei as palavras, falei das palavras, palavras escritas, palavras ditas no olhar, palavras subjetivas e outras tão claras... foram todas entregues. E jogadas ao vento. Vento que tanto acreditei ser capaz de nos levar pra frente, como o vento guiando uma jangada... que eu não percebi que estava ancorada - ou não quis acreditar.

Lembrei então daquela frase: "existem pessoas na nossa vida que são como ventos a nos levar a alto mar, enquanto outras são como âncoras nos impedindo de seguir". Senti pena de você. Pena de sua covardia diante das escolhas. Senti raiva, raiva de mim por ter acreditado que você iria enxergar. Enxergar a diferença entre uma gargalhada e um riso. Entre um amor e o amor. Entre viver e sobreviver. Mas que diferença existe? São palavras, como todas.

Como a música apenas diz, e diz tudo: "Palavras apenas, palavras pequenas".. Mas hei, essa música talvez seja melhor nem lembrar, pois diz tudo que eu queria, e tudo que não é mais... - "Ando por aí querendo te encontrar, em cada esquina paro em cada olhar. Deixo a tristeza e trago a esperança, em seu lugar. Que o nosso amor pra sempre viva, minha dádiva. Quero poder jurar que essa paixão jamais será... Palavras apenas. Palavras pequenas. Palavras momento. Palavras, palavras. Palavras, palavras. Palavras, ao vento"

É... e a melodia se perde, na certeza de que palavras são expressões muito pequenas de sentimentos tão grandes. Agora, das palavras, quero apenas conjugar o verbo: findar. E dizer que acabou.

Quando você jogou ao vento tudo que disse - como sempre fez-, minhas palavras voaram e eu as perdi, e perdi o tesão em apostar em você. Perdi a vontade de ler seu olhar. Perdi aquela paixão que me fazia pensar em te dizer algumas palavras as quatro da manhã. Perdi. Perdi o homem na cegueira do menino. Perdi o menino, na escolha daquele homem. Perdemos os dois, perdemos tanta coisa... Só aos poucos iremos descobrir tudo que foi perdido, e assim será melhor. Não nos daremos conta de que perdemos tudo que havia de valioso. E eu, eu só quero encontrar uma palavra que possa reumir tudo que vivi com você, por equanto, essa palavra é : VALEU.

Valeu por tudo que me engrandeceu. Valeu por mim, por eu ter vivido o que tive vontade de viver. Valeu por ter amado, por ter arriscado, por ter acreditado. Valeu porque me tornei melhor. Valeu porque aprendi. Valeu porque amei. Valeu....

Rafaela Zakarewicz
Em, 29/11/2004

Alguém

O Gui me deu de presente uma das coisas que mais amo: Palavras.

Acho que traduzem sim um pouco do que sou e gosto.
Alguém

Eu sinto a falta de uma mulher que possa manter o meu sorriso
que possa sustentar o meu olhar
que eu olhe com um orgulho imenso quando estiver ao meu lado
e que possa até bater nas costas quando encontre.

Eu sinto a falta de uma mulher que entenda o que é democracia
que entenda que a vida não nos dá regras

uma mulher que goste de ler antes de dormir
e que saiba conversar comigo em silêncio
Eu sinto a falta de uma mulher com olhos expressivos

uma mulher que não se importe com batom
mas que quando se maquie me faça perder o rumo
e que saiba falar um palavrão bem cabeludo

Eu sinto falta de uma mulher que não precisa ser mulher
[24 horas por dia
ela também pode ser uma criança pedindo carinho
e que me dê bronca por eu não gostar de matar barata
mas que saiba me abraçar do jeito certo quando fico triste

Eu sinto falta de uma mulher que entenda
que amor e submissão não são a mesma coisa
mas que saiba falar, ouvir e guardar
enfim, alguém que não se prenda apenas a amar.

.: Texto:
Luiz Guilherme L. Amaral
.:
Trilha: Fogo, Capital Inicial "(...) quando fala não pede atenção."